Manuel António Pina
1943-2012

Certamente que muitos terão sabido da morte recente de uma grande figura da cultura portuguesa - Manuel António Pina. Foi jornalista e escritor, galardoado em 2011 com o prémio Camões.

A sua obra incidiu principalmente na poesia e na literatura infanto-juvenil, embora tenha escrito também diversas peças de teatro, ficção e crónicas. Algumas obras foram adaptadas ao cinema e televisão e editadas em disco.

A sua obra está traduzida em França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.

Por isso, ficam esta semana sugestões de leituras deste autor:

A POESIA VAI

A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: «Que fez algum
poeta por este senhor?» E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
– Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar? –

in Poesia, Saudade da Prosa - uma antologia pessoal, Assírio & Alvim, 2011


Aos Filhos Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos.

Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa própria morte!
Agora como morreremos?

Estes são tempos de
que não ficará memória,
alguma glória teríamos
fôssemos ao menos infames.

Comprámos e não pagámos,
faltámos a encontros:
nem sequer quando errámos
fizemos grande coisa!

in "Um Sítio onde Pousar a Cabeça"

"Uma história que começa pelo fim" in Histórias que me contaste tu

Eram uma vez um príncipe e uma princesa que se casaram e foram felizes para sempre. Mas “para sempre” é muito tempo e, com o passar dos anos, a felicidade do príncipe e da princesa começou a ter um sabor estranho e a tornar-se, como hei-de dizer?, um pouco aborrecida...

CURIOSOS?!

Boas leituras:)

Sobre a temática do mar, têm chegado outras sugestões, quer por parte de alunos quer de professores. Aqui ficam algumas:)...


Uma fascinante aventura pelas profundezas do mar. A ação, que decorre no século XIX, acontece dentro de um submarino, quando ainda nem se pensava na possibilidade de esta possante embarcação vir algum dia a existir... Júlio Verne foi um visionário!




Uma verdadeira odisseia no alto mar: a perseguição e caça de uma perigosa e invencível baleia.



Para os românticos, apaixonados e não só:)

Boas leituras!

E porque o poder das palavras tem sido matéria de discussão nos últimos dias com alguns alunos, o seu papel para dizermos, sobretudo, sentimentos e estados de alma, ficam aqui alguns versos que, sendo ainda os primeiros passos no mundo fantástico e desafiante da ESCRITA, refletem o pensamento de um jovem escritor, aluno da nossa Escola, o qual, para já, opta por ficar no anonimato...

Sem asas

Por onde vou?
Não sei se sou
Só sei que o sentimento em mim prepondera
Desconheço-me e a ti procuro conhecer
Sou coração escuro em angústia

Seria melhor dizê-lo em prosa
Mas sujeito-me a estes versos
Que se assemelham a prisão…



Lança-se, assim, o desafio: partilhem a vossa escrita para que a possamos ler!

 "Ao longo de séculos, os poetas portugueses cantaram o mar. Muitos mares: o mar afável das praias e dos banhistas, o mar duro da faina dos pescadores, ou ainda esse mar que levou os navegadores quinhentistas à descoberta de um novo mundo." Foi assim que a edição do jornal  Público se referiu hoje à série "Mar Português: um mar de palavras" na secção de Cultura. Espreitem...

Aproveitando o tema do mar, comecemos por ele, quanto mais não seja para "matar" saudades neste início de outono...

Antes das sugestões, vejam se sabem quem escreveu estes magníficos versos:

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Entre muitíssimas possibilidades...

Ou para uma leitura de pouco mais de um quarto de hora, mas que dá que pensar...

O conto "Uma esplanada sobre o mar" de Vergílio Ferreira

Olá a todos!

Será com um singelo texto que iniciamos este espaço de conversa, de troca de ideias, de sugestões, de comentários e muito mais... sobre LEITURA.
Partindo da ideia de que o ato de ler poderá ser, para alguns, um ato de verdadeiro prazer, de fuga para outros universos, de relaxe, de solidão apreciada e desejada, queremos que muitos o sintam desta forma. Porque ler nos torna  pessoas mais cultas e mais conhecedoras, logo mais interessantes:), vamos fazer deste espaço a prova de que, quase gratuitamente, investimos na nossa PESSOA!!

Bem-vindos e boas leituras!